quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O QUE JESUS NOS ENSINA SOBRE COMO ENSINAR A PALAVRA DE DEUS”.

(Autor: Douglas Pereira Jacome)
Texto Base: Lc 24:13-35

          Na passagem do texto base nos deparamos com um relato bíblico em que conta como dois jovens que seguiam conversando no caminho para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém de aproximadamente 11(onze) km, tiveram um encontro inusitado com um estranho que lhes falou profundamente, mas foi somente ao final dessa jornada que o desconhecido se revelou como o Cristo ressurreto.
         Essa passagem bíblica traz ensinamentos práticos para o ensino da palavra de Deus na vida do homem, contendo nessa mensagem a contextualização de uma espécie de roteiro litúrgico com lições valiosas e de grande impacto na vida cristã.
         O protagonista desta história é mais uma vez o Mestre Jesus, onde Ele se dispõe a ensinar aos companheiros de caminhada mistérios das escrituras sagradas. Durante esse diálogo, o mestre faz um relato geral dos livros de Moisés e dos Profetas do Antigo Testamento, para enfim, alcançar o ápice da revelação de sua própria pessoa nos textos bíblicos, só então, desaparece, fazendo de seus ouvintes testemunhas de sua ressurreição.
          O primeiro ensinamento identificado nesse evento singular é que enquanto estamos na caminhada da vida, Jesus vem ao nosso encontro, bastando a nós aceitar caminhar junto dele. Além disso, a discussão sincera sobre a palavra de Deus atrai a atenção do Mestre (13/14), visto que a própria escritura nos afirma que Porquanto, onde se reunirem dois ou três em meu Nome, ali Eu estarei no meio deles...” (Mt 18:20).
        Outros ensinamentos valiosos são encontrados nesse diálogo interessante, passando desde as questões que inquietam o viver do homem até a identificação de suas necessidades. No texto fica claro que pessoas sem esperança tendem a viver do passado (14), sem se darem conta da necessidade do nascer de novo, então se enchem de perguntas sem que ninguém possam respondê-las (15). Aliado a isso, os olhos naturais humanos estão encobertos para a verdade explícita que é Jesus, somente o poder de Deus é capaz de tirá-los dessa cegueira momentânea (16), visto que O deus, desta presente era perversa, cegou o entendimento dos descrentes, a fim de que não vejam a luz do Evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2Co 4:4). Essa limitação da visão do homem em relação ao Reino dos Espíritos é o retrato da condição humana em Cristo Jesus, os quais continuam vivendo na descrença e na tristeza espiritual (17), sendo que o coração do homem sofre interferências do seu passado, o que não acontece no recém-chegado (18) que é transformado pela obra redentora do Filho de Deus (19), onde foi sacrificado na condição de Cordeiro com o propósito único de salvação e expiação dos pecados (20). Isso mostra ao novo convertido a necessidade do exercício da fé, sabendo como cremos e em que cremos (21). Aqueles jovens no caminho de Emaús rejeitaram a mensagem das mulheres no sepulcro, por considerarem indignas de fé, preferindo acreditar no fruto proibido sem questionar a reconhecer a mensagem divina, sendo assim, foram incapazes de aceitar a restauração da vida pela verdade que é Cristo (22).
          A falta de experiência do povo em relação a Deus pode levá-los facilmente ao erro e ao engano, preferindo acreditar nas visões de outros do que encarar a verdade com os próprios olhos, são como cegos que lutam para ter a visão por meio de métodos distantes da cura verdadeira (23). Adão e Eva optaram em crer na mentira e seus olhos foram abertos sem o consentimento do criador e foram punidos. O homem quer ver o natural e o espiritual com os olhos da carne, mas Deus busca verdadeiros adoradores e que o adorem em espírito e em verdade, mas para esta comunhão perfeita é preciso ter fé (24).
          A palavra de Deus é perfeita, sendo seus profetas o canal de comunicação com seu povo, crer nas suas orientações é o compromisso de todos nós, pois seguí-los é estar certo do caminho para o Reino Eterno (25), assim, confirmamos que o sacrifício do Cordeiro não foi em vão, seu sofrimento representou a porta de entrada para a eternidade de todo pecador que se arrepende e reconhece seu salvador (26).
          O conhecimento das histórias bíblicas são essenciais para a compreensão do que nos espera após essa vida, onde Jesus faz uma retrospectiva disso aos seus dois companheiros de viagem que ficaram maravilhados com o que ouviam (27). O mestre em sua infinita sabedoria os motiva a quererem mais desse saber inesgotável, tal incentivo foi demonstrado quando Jesus foi convidado a permanecer com eles na aldeia e falar mais sobre o assunto (28). A intenção do mestre é que sintamos sua falta, sendo que sua presença deve ser um motivo principal para nos manter firmes na promessa e na direção correta, além do desejo ardente de estarmos próximo dele (29).
          O ensinamento mais marcante que o mestre Jesus deixou para nós nessa passagem bíblica, é que não basta somente conhecê-lo ou saber o que Ele fez, ou mesmo conversar, discutir e sentir, pois nada disso pode nos fazer enxergar a verdade em sua totalidade. É preciso muito mais que isso, vez que os olhos da alma só podem ser abertos quando partilhamos da sua mesa e comungamos do que está sendo servido, somente assim, os olhos espirituais poderão ser abertos e veremos com clareza os dois mundos (2Co 4:18 / Ef 1:18 / Sl 13:3).
          Essa comunhão perfeita proporciona a abertura dos olhos da alma, sendo este o dispositivo que tem o poder de revelar a Jesus Cristo na vida do homem. A peça chave que desvenda os mistérios da alma é o partir do pão, visto que revela onde o mestre se encontra e é onde também devemos estar. Permanecendo nós nele e ele em nós para todo o sempre em amor (Jo 15:4-9).

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