segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL É NECESSÁRIA?

(Autor: Douglas Pereira Jácome)

Esta tarefa consistiu numa reflexão crítica sobre se a Escola Bíblica Dominical (EBD) é necessária no contexto atual das igrejas cristãs. Foi indicado pelos postulantes desta atividade um texto base norteador da tarefa, de onde também foram tiradas expressões obrigatórias levadas em conta na elaboração deste texto.
A Escola Dominical é um movimento social e religioso não-escolar fundado pelo jornalista britânico Robert Raikes, em 1780, na cidade de Gloucester, sul da Inglaterra, que ministrava aulas aos jovens trabalhadores nos domingos, tendo esse ensino um olhar voltado para a moral, a cidadania e a ética cristã. Esse modelo ocorrido fora do ambiente escolar regular, era realizado somente aos domingos e buscava atender a um grupo específico de trabalhadores (crianças e jovens) da época, sua intenção era de reduzir os índices criminais juvenis. (BARROS, 2014, p. 1-4)
O método criado por Raikes visava principalmente proporcionar uma educação com conceitos educativos, morais e religiosos ao público juvenil, direcionando os seus participantes à possibilidade de passarem por uma experiência considerada vital e salvadora de Deus (PIMENTEL, 2012, p. 387). O autor do projeto teve muitas dificuldades desde o início, mas apesar das falhas encontradas esse modelo pedagógico escolar acabou sendo disseminado em todo o país.
O Professor Antônio Gilberto1 conceitua em sua obra a Escola Dominical ou Escola Bíblica Dominical como sendo a escola de ensino bíblico da Igreja, entendendo ele que é a própria igreja quem ministra o ensino religioso ao seu público multivariado. Neste contexto fica clara a intenção do autor da importância e necessidade da existência desse tipo de escola na atualidade.
As dificuldades atuais da Escola Bíblica Dominical não são muito diferentes das encontradas na época de sua criação. Sem atrativos e sem entender muito bem o papel dessas escolas no ensino bíblico nas igrejas, o número de pessoas que frequentam a EBD continua bem reduzido. Além disso, o avanço tecnológico tem se mostrado muito mais eficaz na transmissão do conhecimento, sua velocidade de informação tem sido o diferencial e de alcance bem superior aos métodos convencionais de ensino em todas as áreas do conhecimento, inclusive na educação religiosa.
A Escola Dominical é necessária na medida da manutenção do tradicionalismo cristão, onde membros da igreja para manterem seu status ou para prevalência sobre os demais, optam pela manutenção desse recurso de ensino na estrutura das igrejas. Para fins de perpetuação da tradição e do fortalecimento da identidade cristã, faz-se necessária a manutenção desse modelo de escola bíblica, contudo, seria fundamental uma reforma teológica em seu currículo, a fim de corrigir as falhas na captação de pessoas, na metodologia do ensino e na preparação dos professores, entre outros.
O mundo na atualidade vive um momento de consumismo desenfreado imposto pelas grandes indústrias, onde para manter sua competitividade lançam a cada dia um produto novo. Essa estratégia empresarial é aplicada para manipular os consumidores a buscarem as novidades que o mercado oferece, tornando os produtos mais antigos desinteressantes e definitivamente descartáveis. De forma semelhante a escola dominical nas igrejas de hoje se tornaram obsoletas no seu modelo tradicional, contudo, como nenhum outro produto foi lançado para substituí-la, resta-nos a modernização do atual modelo sob pena de sua extinção como já vem acontecendo em diversas denominações cristãs por todo o país.
Curiosamente as escolas dominicais atuais se mantém ativa em algumas igrejas, possivelmente relacionadas às atitudes conservadoras de sua liderança que resistem em não admitir que esse modelo tradicional perdeu sua eficácia na educação religiosa. Outras denominações tentaram substituir essas escolas pelos chamados discipulados e divisões em células, porém, esses modelos deixam a desejar no quesito de sua efetividade no ensino bíblico, ficando reduzidas a reuniões de oração e leituras bíblicas de pouco aprofundamento no conhecimento da palavra de Deus, essencialmente por falta de pessoas qualificadas na instrução.
O modelo tradicional da EBD está muito a quem das demandas da igreja na atualidade, além disso, a inovação tecnológica avança a passos largos e atrai muito mais do que o sistema convencional de ensino criado por Robert Raikes. Não é só necessária a substituição desse modelo, mas principalmente atualizar e modernizar seus conceitos por algo sistematizado e pedagogicamente contemporâneo, disso depende a subsistência desse tipo de escola, além de proporcionar maior alcance aos objetivos do ensino bíblico cristão.

1 GILBERTO, Antônio. Manual da Escola Dominical. CPAD-Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2014, p. 125. Disponível em: http://pt.slideshare.net/anapinacio/manual-da-escola-dominical-antonio-gilberto. Acesso em 12/11/2015.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

RESUMO DO TEXTO "ALEGRES ADORAI"

(Autor: Douglas Pereira Jácome)

     A tarefa realizada nesta avaliação consistiu na elaboração do resumo do texto de RENDERS, Helmut. “Alegres Adorai” In: Luiz Carlos Ramos (org). Mil vozes para celebrar: tricentenário do nascimento de Charles Wesley. São Bernardo do Campo, SP: Editeo, 2008, 189-202 – postado na Plataforma Moodle em 19/10. O conteúdo do texto de Renders é estruturado com base na história do cântico “Alegres Adorai” desde sua versão original inglesa, passando pelo modelo americano até a versão adotada em língua portuguesa.
     O texto é organizado em tópicos inter-relacionados tratados num formato histórico evolutivo do cântico “Alegres Adorai” e “Rejoice, the Lord is King”, contendo uma análise da espiritualidade da canção existente a partir das referências bíblicas e doutrinárias do texto, bem como, sua importância no contexto musical do metodismo inglês, na américa e no Brasil. O texto foi estruturado da seguinte forma: 1. A canção em inglês; 2. A canção em português; e 3. Considerações finais.
     O primeiro tópico analisa a versão inglesa da canção que contém seis estrofes, sendo publicada pela primeira vez no hinário de Charles Wesley em 1746. Sua letra é uma composição de Handel a pedido de um novo convertido metodista, tendo a tradição inglesa adotado essa melodia de Handel que é chamada de “Gopsal”, sofrendo apenas uma modificação no texto, sendo que atualmente não é mais cantada na sua totalidade.
     A versão americana dessa canção sofreu diversas alterações, tendo adotado pelo menos dois tipos de melodias a “Darwall’s 148th” e a “Christ Church”, além de modificações no texto e na forma de cantar, já que nem todas as estrofes eram cantadas. Até 1780 a canção ainda não teria sido incluída na Coleção de Hinos em uso pelos Metodistas, somente muitos anos depois foi incorporada na seção escatológica do hinário.
     O autor realiza no texto uma interpretação aprofundada do contexto da canção ao modelo metodista da época em que foi escrito, inclusive faz menção ao pensamento de Charles Wesley sobre a letra do cântico que acredita está voltado mais para a sexta-feira santa do que ao ato da ressurreição. Outras observações apresentadas pelo autor se referem às questões dogmáticas envolvidas no hino, além disso a interpretação aponta para uma centralização de apenas duas pessoas da trindade, sendo uma delas Jesus descrito como Senhor.
      O segundo tópico se refere ao texto em Português dessa canção de João Soares da Fonseca de 1990, a qual foi publicada no Hinário Batista para o Culto Cristão sob o n° 223. Segundo o autor do texto a canção foi escrita depois das primeiras eleições democráticas brasileira, o que sugere que o verso “Em alta voz” tenha relação com a necessidade da intervenção divina a um povo oprimido para que levante a voz e lute.
     No texto em português esse hino menciona somente a primeira e segunda pessoa da trindade, sem qualquer referência à pessoa do Espírito Santo. Sua maior característica está voltada para a promoção da fé comunitária, além da ênfase no pecado como o desafio para a redenção divina por intermédio do perdão. Essas caraterísticas juntas classificam o texto do hino em português como uma clássica expressão da teologia ocidental.
     Nas considerações finais do texto o autor estabelece uma rápida relação entre as versões em inglês e português, onde descreve que em termos trinitários e cristológicos, ambos dão ênfase nas primeiras duas pessoas da trindade e preferindo referir-se a Jesus e não ao Cristo. Em termos bíblicos as versões apresentadas voltam-se para o livro de Filipenses, mas com um olhar diferenciado, a versão em português se referindo ao Jesus Redentor e a versão em inglês dirigida ao Jesus Senhor e Rei. Por fim, finaliza afirmando que ambas as edições da canção (inglês e português), não conseguem manter a amplitude da dinâmica do texto original em seus principais.